Seriam heróis todos que se permitem embarcar numa experiência alternativa de convivência?
O doc Uus Maailm nos apresenta a comunidade do Mundo Novo, em Tallin, na Estônia, onde jovens se reuniram para a exploração da vida em todas as suas nuances a partir da organização de um coletivo que os conduziu para a aventura da autodescoberta.
Mudar a relação dos moradores com as ruas e com os demais e ter uma casa que abraça quem aparece a qualquer hora são apenas algumas das muitas revoluções da comunidade de perfil anarquista que abomina o culto ao automóvel e o individualismo.
Os invernos estonianos são o marco de tempo. É a cada ciclo de chegada da neve que o espectador percebe a intensidade dos sorrisos diante das pressões e exigências do sistema, da pontualidade do pagamento do aluguel aos momentos de reflexão do grupo e da autocrítica implacável.
O Mundo Novo não passou despercebido pela cidade, pelo país e no seu legado de enfrentamento ao capitalismo talvez esteja o seu lampejo de heroísmo. Contra os padrões, a vontade como arma. Criatividade e alegria como munição.
"Imagine que tivessem duas mil pessoas e que todas fossem donas de um pedacinho da casa".
"Toda comunidade deveria ter um espaço comum pra ler livros e ver filmes. Acho que esta casa tem uma aura ótima".
"A vitória dos cidadãos contra a burocracia".
"Nosso dinheiro vem de doações, então eu acho que deveríamos ter um pouco de transparência, mas até agora tem sido um caos".
"Seis anos juntos é tempo demais".
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